Alfama e Castelo
Conhecemos essa parte de Lisboa em nosso retorno, após passarmos pelo Norte de Portugal. Ficamos no hostel Alfama Patio (escrevi aqui sobre a rede Destination Hostel).
Foi interessante conhecer esta parte no final!
Foi uma gostosa discussão que tivemos em Porto, ao analisar brevemente a "cara" do país em nosso imaginário. O Thiago gostou muito da cidade e, nas proximidades do porto, na parte antiga e super turística da cidade, ele comentou que aquilo ali era o que ele imaginava sobre o país.
Pensei um pouco e, chegando próximo da torre dos Clérigos, na parte alta, discordei.
Mostrei seus prédios escuros, com prédios barrocos, disse a ele que aquela arquitetura tinha muito mais cara de "Europa" do que de Portugal que, mesmo seus prédios coloridos, não tem a cor alegre de Lisboa.
Ao chegar em Alfama, ele entendeu o que eu queria dizer, mas fez uma ressalva, no qual concordei: Aqui estava o Portugal que víamos em livros e filmes.![]() |
| Casa dos Bicos ao fundo, com destaque para o local onde está enterrado José Saramago |
rs
Quando o terremoto atingiu Lisboa, Marques de Pombal decidiu reestruturar a cidade destruída, a refez de uma forma mais lógica e organizada. Isso não ocorreu em Alfama, que continua com suas ruas e becos estreitos, subidas, curvas e escadarias.

A Casa dos Bicos ou Casa de Brás de Albuquerque é um casarão antigo, revestido de pedra aparelhada em forma de ponta de diamante, os "bicos", assim como o Palácio dos Diamantes ("dei diamanti") de Ferrara. Com o terramoto de 1755 a planta original foi praticamente toda destruída, desaparecendo os dois últimos andares e a fachada principal do prédio (esta que vemos hoje era a menos nobre. Para se ter ideia, a que foi destruída tinha duas fachadas de pedras cortadas em pirâmide e colocadas de forma desencontrada, onde sobressaltavam dois portais manuelinos, o central e o da extremidade oriental).
Para dar um ponto inicial à cidade, vamos iniciar pela Praça do Comércio, ou Terreiro do Paço (aquela do Arco Triunfal).
Seguindo a margem do rio, ou a Rua da Alfandega (ao lado do Arco), chegaremos no inicio do que eu considero o bairro de Alfama. Aqui, encontramos a Caso dos Bicos e o local onde está enterrado José Saramago.

A Casa dos Bicos ou Casa de Brás de Albuquerque é um casarão antigo, revestido de pedra aparelhada em forma de ponta de diamante, os "bicos", assim como o Palácio dos Diamantes ("dei diamanti") de Ferrara. Com o terramoto de 1755 a planta original foi praticamente toda destruída, desaparecendo os dois últimos andares e a fachada principal do prédio (esta que vemos hoje era a menos nobre. Para se ter ideia, a que foi destruída tinha duas fachadas de pedras cortadas em pirâmide e colocadas de forma desencontrada, onde sobressaltavam dois portais manuelinos, o central e o da extremidade oriental).
Hoje, após reforma do local, na Casa dos Bicos funciona a Fundação José Saramago, acolhendo a biblioteca do escritor prêmio Nobel da Literatura, assim como uma exposição permanente sobre a vida e obra de José Saramago. Aqui dentro é possível encontrar seus livros em diversos idiomas, assim como manuscritos e a medalha Nobel!
Mais informações: http://www.josesaramago.org/
Horário e preços : 2.ª a sábados, das 10 às 18 horas. Ingresso Normal – 3,00 € / estudantes – 2,00 €.
Em relação aos restaurantes da região. Não tivemos tanta sorte por aqui! Uma amiga indicou um restaurante perto da Casa dos Bicos e ele estava fechado. Fomos em um exatamente ao lado (na minha foto acima é possível ver a esplanada). Parecia interessante e "econômico", com pratos entre 9 e 12 euros. Nos sentamos. Eu pedi o Sardinha a Portuguesa e um suco de limão. Meu marido uma Alheira e dois chopes. Enquanto aguardávamos, eles colocaram um prato com salgados de camarão e bacalhau. A aparência estava boa. Meu marido perguntou se aquilo era "couvert" e ele disse: "Mais ou menos. Você paga pelo o que comer". Eu não sou fã de salgados fritos e como o Thiago é, escolheu um. Nos imaginávamos, mas era realmente muito ruim. Estava gelado, murcho e provavelmente já havia passado por diversas outras mesas antes de nós!
O prato chegou e para a nossa surpresa, não era nada chiquetoso e gostoso como os pratos que havíamos comido nos restaurantes que escolhemos via Tripadvisor. O meu prato tinha exatamente 5 sardinhas inteiras e fritas, com duas metades de batata cozida na água e sal. O do Thiago era melhorzinho, mas nada que justificasse os 35€ da conta final. Aqui tentamos não converter para Real! Estava distante, mas o menu executivo do Café de São Bento era bem melhor e mais barato!
Segundo percurso: Perder-se pelas suas quebradas e labirínticas vielas a partir da Casa dos Bicos (sentido Museu do Fado).
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| Garotos jogando futebol. Ao fundo, o Museu do Fado |
Subir os becos que nos levam à Catedral da Sé ou a linha reta que nos leva ao Museu do Fado e ao "pé" de Alfama.
Vou começar pelo último!
;)
Bom, seguindo a calçada da Casa dos Bicos, chegaremos na rua Cais de Santarém e na sequência, Rua do Terreiro do Trigo. E' nesta última que se encontra o Museu do Fado (http://www.museudofado.pt/ De Terça a Domingo das 10h00 às 18h00; Bilhete – 5.00€. Reduções para: menores de 30 e maiores de 65 e Lisboa Card.).

Estava muito quente lá dentro e passei um pouco mal, mesmo retirando jaquetas e cachecóis. O Thiago entrou (e gostou bastante). Eu sentei em um dos restaurantes da praça em frente (chamado Largo do Chafariz) e o aguardei, tomando um caldo verde (do lado de fora fazia frio - rs).
Falando em restaurantes, creio que neste pedacinho tenham locais interessantes!
Assim que o Thiago saiu do museu, decidimos subir as vielinhas que iniciavam-se no largo.
Deste ponto em diante, siga tuas pernas!
Direita ou Esquerda! Tanto faz!
Se encontrar algum bar que venda a famosa Ginginha, peça! Eh um licor de cereja bastante tradicional no país! Eu apenas biquei um pouco. O teor alcoólico é alto!
No caminho que fizemos, acabamos chegando na igreja da Sé. Mas também é possível chegar até o mirador de Santa Luzia e do Mirador Porta do Sol (mas haja pernas! rs)
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| Muralha pelo lado da rua Cruzes da Sé |
A primeira vez que fomos para a Catedral da Sé, tínhamos destino a taverna Caso Sério. Estávamos em frente a Casa dos Bicos e o taxista disse que seria bobagem pagar um taxi para irmos até a Catedral. Ele nos mostrou um arco e disse: "Sigam, direita, esquerda, pra cima, pro lado, vice e versa" e chegamos (rs).
O arco, chamado Arco das Portas do Mar, se encontra na rua dos Bacalhoeiros e deste ponto em diante, também inicia-se um percurso bastante agradável e interessante e que, algumas ruas acimas, te levará à Catedral da Sé, ou Sé de Lisboa.
A igreja fica no Largo da Sé, mas para quem circula pela rua Cruzes da Sé, terá a sensação de estar circulando pelo lado de fora do castelo, por causa de sua muralha e o mais interessante, para nós, brasileiros, que temos como "algo antigo", edifícios do século XVIII ou XIX, a construção deste edifício, em estilo românico, iniciou-se em 1147 sendo terminado nas primeiras décadas do século XIII!
| Mirador de Santa Luzia |
| Mirador Portas do Sol |
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| Vista de Alfama com a igreja São Vicente de fora (esq), a cúpula do Panteão (centro) e da a Igreja de Santo Estêvão (dir) |

















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