domingo, 6 de julho de 2014

Lisboa, a cara de Portugal (parte 2)!

Alfama e Castelo
Conhecemos essa parte de Lisboa em nosso retorno, após passarmos pelo Norte de Portugal. Ficamos no hostel Alfama Patio (escrevi aqui sobre a rede Destination Hostel). Foi interessante conhecer esta parte no final! Foi uma gostosa discussão que tivemos em Porto, ao analisar brevemente a "cara" do país em nosso imaginário. O Thiago gostou muito da cidade e, nas proximidades do porto, na parte antiga e super turística da cidade, ele comentou que aquilo ali era o que ele imaginava sobre o país. Pensei um pouco e, chegando próximo da torre dos Clérigos, na parte alta, discordei. Mostrei seus prédios escuros, com prédios barrocos, disse a ele que aquela arquitetura tinha muito mais cara de "Europa" do que de Portugal que, mesmo seus prédios coloridos, não tem a cor alegre de Lisboa. Ao chegar em Alfama, ele entendeu o que eu queria dizer, mas fez uma ressalva, no qual concordei: Aqui estava o Portugal que víamos em livros e filmes.
Primeiro percurso: Conhecer a Casa dos Bicos a partir do Terreiro do Paço.
Casa dos Bicos ao fundo, com destaque para o local onde está  enterrado José Saramago
Diferente da parte "Pombalina" de Lisboa, neste bairro não conseguirei traçar uma rota fácil para a vossa compreensão.
rs
Quando o terremoto atingiu Lisboa, Marques de Pombal decidiu reestruturar a cidade destruída, a refez de uma forma mais lógica e organizada. Isso não ocorreu em Alfama, que continua com suas ruas e becos estreitos, subidas, curvas e escadarias.
Para dar um ponto inicial à cidade, vamos iniciar pela Praça do Comércio, ou Terreiro do Paço (aquela do Arco Triunfal).
Seguindo a margem do rio, ou a Rua da Alfandega (ao lado do Arco), chegaremos no inicio do que eu considero o bairro de Alfama. Aqui, encontramos a Caso dos Bicos e o local onde está enterrado José Saramago.
A Casa dos Bicos ou Casa de Brás de Albuquerque é um casarão antigo, revestido de pedra aparelhada em forma de ponta de diamante, os "bicos", assim como o Palácio dos Diamantes ("dei diamanti") de Ferrara. Com o terramoto de 1755 a planta original foi praticamente toda destruída, desaparecendo os dois últimos andares e a fachada principal do prédio (esta que vemos hoje era a menos nobre. Para se ter ideia, a que foi destruída tinha duas fachadas de pedras cortadas em pirâmide e colocadas de forma desencontrada, onde sobressaltavam dois portais manuelinos, o central e o da extremidade oriental).
Hoje, após reforma do local, na Casa dos Bicos funciona a Fundação José Saramago, acolhendo a biblioteca do escritor prêmio Nobel da Literatura, assim como uma exposição permanente sobre a vida e obra de José Saramago. Aqui dentro é possível encontrar seus livros em diversos idiomas, assim como manuscritos e a medalha Nobel!
Mais informações: http://www.josesaramago.org/
Horário e preços : 2.ª a sábados, das 10 às 18 horas. Ingresso Normal – 3,00 € / estudantes – 2,00 €.
Em relação aos restaurantes da região. Não tivemos tanta sorte por aqui! Uma amiga indicou um restaurante perto da Casa dos Bicos e ele estava fechado. Fomos em um exatamente ao lado (na minha foto acima é possível ver a esplanada). Parecia interessante e "econômico", com pratos entre 9 e 12 euros. Nos sentamos. Eu pedi o Sardinha a Portuguesa e um suco de limão. Meu marido uma Alheira e dois chopes. Enquanto aguardávamos, eles colocaram um prato com salgados de camarão e bacalhau. A aparência estava boa. Meu marido perguntou se aquilo era "couvert" e ele disse: "Mais ou menos. Você paga pelo o que comer". Eu não sou fã de salgados fritos e como o Thiago é, escolheu um. Nos imaginávamos, mas era realmente muito ruim. Estava gelado, murcho e provavelmente já havia passado por diversas outras mesas antes de nós!
O prato chegou e para a nossa surpresa, não era nada chiquetoso e gostoso como os pratos que havíamos comido nos restaurantes que escolhemos via Tripadvisor. O meu prato tinha exatamente 5 sardinhas inteiras e fritas, com duas metades de batata cozida na água e sal. O do Thiago era melhorzinho, mas nada que justificasse os 35€ da conta final. Aqui tentamos não converter para Real! Estava distante, mas o menu executivo do Café de São Bento era bem melhor e mais barato!
Segundo percurso: Perder-se pelas suas quebradas e labirínticas vielas a partir da Casa dos Bicos (sentido Museu do Fado).
Garotos jogando futebol. Ao fundo, o Museu do Fado
Prosseguindo o passeio, deste ponto há duas opções: 
Subir os becos que nos levam à Catedral da Sé ou a linha reta que nos leva ao Museu do Fado e ao "pé" de Alfama. 
Vou começar pelo último!
;)
Bom, seguindo a calçada da Casa dos Bicos, chegaremos na rua Cais de Santarém e na sequência, Rua do Terreiro do Trigo. E' nesta última que se encontra o Museu do Fado (http://www.museudofado.pt/ De Terça a Domingo das 10h00 às 18h00; Bilhete – 5.00€. Reduções para: menores de 30 e maiores de 65 e Lisboa Card.). 
Estava muito quente lá dentro e passei um pouco mal, mesmo retirando jaquetas e cachecóis. O Thiago entrou (e gostou bastante). Eu sentei em um dos restaurantes da praça em frente (chamado Largo do Chafariz) e o aguardei, tomando um caldo verde (do lado de fora fazia frio - rs). 
Falando em restaurantes, creio que neste pedacinho tenham locais interessantes! 
Assim que o Thiago saiu do museu, decidimos subir as vielinhas que iniciavam-se no largo. 
Deste ponto em diante, siga tuas pernas! 
Direita ou Esquerda! Tanto faz! 
Se encontrar algum bar que venda a famosa Ginginha, peça! Eh um licor de cereja bastante tradicional no país! Eu apenas biquei um pouco. O teor alcoólico é alto!
No caminho que fizemos, acabamos chegando na igreja da Sé. Mas também é possível chegar até o mirador de Santa Luzia e do Mirador Porta do Sol (mas haja pernas! rs)
Terceiro percurso: Perder-se pelas suas quebradas e labirínticas vielas a partir da Casa dos Bicos (sentido catedral da Sé) até miradores.
Muralha pelo lado da rua Cruzes da Sé
A primeira vez que fomos para a Catedral da Sé, tínhamos destino a taverna Caso Sério. Estávamos em frente a Casa dos Bicos e o taxista disse que seria bobagem pagar um taxi para irmos até a Catedral. Ele nos mostrou um arco e disse: "Sigam, direita, esquerda, pra cima, pro lado, vice e versa" e chegamos (rs).
O arco, chamado Arco das Portas do Mar, se encontra na rua dos Bacalhoeiros e deste ponto em diante, também inicia-se um percurso bastante agradável e interessante e que, algumas ruas acimas, te levará à Catedral da Sé, ou Sé de Lisboa.
A igreja fica no Largo da Sé, mas para quem circula pela rua Cruzes da Sé, terá a sensação de estar circulando pelo lado de fora do castelo, por causa de sua muralha e o mais interessante, para nós, brasileiros, que temos como "algo antigo", edifícios do século XVIII ou XIX, a construção deste edifício, em estilo românico, iniciou-se em 1147 sendo terminado nas primeiras décadas do século XIII!
Ficamos pouco tempo dentro dela. Era um domingo e estava muito lotada. A arquitetura dela é impressionante. Uma mistura de arquitetura românica, gótica, maneirista e, segundo alguns, neomanuelina. Isso se deu por causa das sucessivas alterações ao longo do tempo. A visita é gratuita, com exceção do claustro, abertos das 10h00 às 18h30m (no inverno, apenas até às 17h00) e do tesouro, aberto das 10h00 às 17h00. Cada bilhete custa 2,50 euros (ou 4 euros para os dois). Perto desta igreja, temos a igreja de Santo Antônio, da ordem franciscana. O edifício está localizado no local da casa onde Santo Antônio nasceu, junto à antiga "Porta do Mar", que existia na muralha de acesso ao interior de Lisboa medieval. Ao lado, encontra-se um pequeno museu a ele dedicado. No interior, a cripta com entrada pela sacristia é tudo o que resta da igreja original, que foi destruída pelo terramoto de 1755. A nova igreja, foi parcialmente paga pelas crianças, que pediam "um tostãozinho para o Santo Antônio", e, como se pode ver hoje, o chão da capela está coberto de moedas e as paredes exibem mensagens de devotos. Quarto percurso: Subir até os miradores de Lisboa.
Mirador de Santa Luzia
Daqui, vocês podem seguir para o Terreiro do Paço, ou ir à dois miradores Santa Luzia e o da Portas do Sol ou, seguir mais adiante e conhecer o Mirador da Graça. Para isso, contornem a igreja da Sé, não pela ruas Cruzes da Sé, mas pela rua Augusto Rosas e a suba direto. O caminho não é longo e nem mesmo com subidas imensas, mas para quem não está afim de muito esforço, o bonde 28 passa por aqui.
Mirador Portas do Sol
Eu não fiz este caminho, não me lembro como foi que encontrei este primeiro mirador, mas, apesar de menor que o Porta do Sol, é um local de reencontro de jovens portugueses. Há muita cantoria, alguns tentando ganhar uns trocadinhos e a vista que se tem é bonita. Ao lado tem um cafézinho com mesas do lado de fora. Continuando por esta mesma rua, alguns metros mais a frente, chegamos no mirador Portas do Sol (na verdade acho que este nome é do restaurante ao lado). O terraço oferece uma visão bem maior e melhor que o mirador anterior (foto panorâmica abaixo)! Infelizmente tirei fotos apenas da paisagem e não do local!
Vista de Alfama com a igreja São Vicente de fora (esq), a cúpula do Panteão (centro) e da a Igreja de Santo Estêvão (dir)
Este ponto é próximo ao hostel Patio Alfama e retornamos cansados para lá, mas quem quiser, pode dar uma esticadinha ao mirador da Graça. Para isso, siga novamente em frente. Logo de cara terá uma bifurcação. Siga à esquerda e continue reto. Em uma segunda bifurcação com uma placa indicando o Mirador. Deste ponto, mantenha a sua calçada da esquerda e em breve vocês estarão neste mirador (que infelizmente não fui)!
Quinto percurso: O Panteao, a feira da ladra e a igreja de Sao Vicente de fora.
(continua em breve)

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